Embora oficialmente o DCE do PII fosse para reuniões políticas,
de vez em quando coisas menos sérias e mais divertidas ocorriam ali.
No segundo ano eu desinibi completamente e fiquei mais em
evidência... Como resultado choveu paqueras na minha horta. Eu
escolhi quem quis. Normalmente uma garota atraente escolheria um
rapaz também atraente para se compartilhar MAS eu era diferente. Meu
principal critério era tremendamente subjetivo, era a variedade.
Assim agindo pude experimentar todo tipo de conformações físicas:
Brancos, morenos, negros, mulatos, altos, baixos, magros, gordos,
atléticos e etc.
Namoricos |
A única constante era o fato de sermos eu e ele
capazes de sustentar uma conversa. Se ele não conseguisse a coisa
não passava de um papo ou tentativa de papo. Meus namoricos iam
assim ao sabor do vento ATÈ que uma velha professora, muito
coerente, me alertou para tomar cuidado com a minha reputação. A
partir deste pito eu pensei que seria melhor arranjar um namorado.
Voz da experiência |
Uma das diversões extra classe que ocorriam finais de semana na
época eram os rachas de carros nas estradas abandonadas da Barra da
Tijuca. Prima Helô era frequentadora assídua e eu passei a me
interessar pela circunstância. Ali eu pude me interar melhor das
máquinas, pude me animar em conhecer mecânica. Ninguém consegue
ouvir o ronco de um Mustang V8 sem se emocionar.
Havia Mavericks,
Opalas, Landaus, Dodge Charger (meu preferido) e até fusquinhas
envenenados. Eu já sabia dirigir mas não podia tirar carteira. Como
não tinha grana para comprar um carrão desses, resolvi paquerar um
cara que tivesse... Eram muitos “candidatos” em potencial, mas um
cara do colégio Santo Inácio me chamou a atenção. Havia uma rixa
entre o PII e o Santo Inácio. Tal rixa extrapolava as atividades
acadêmicas. Namorar um cara do colégio inimigo criaria problemas de
popularidade para mim, contudo, como não ligava para isso, segui em
frente. Orlando Marcos tinha um Charger envenenado de doer. Era
também músico e poeta, além de mecânico (que combinação
curiosa). Troca de olhares provocativos... Olho no olho... mão na
mão... Olho na boca... Mão na boca... daí foi fácil chegar ao
boca na boca. Ele iria correr naquele dia e eu exigi que
me levasse como co-piloto. Ele de início não concordou mas com os
olhos dei a entender que a recompensa seria boa... Mudou de ideia com
a empolgação típica dos adolescentes.
Lá fomos nós, piloto e
co-piloto, eu, correndo pela primeira vez, limpando o para-brisa,
secando o suor de sua testa e o escambau... Não dava para ele perder
a corrida com um carrão daqueles e a noite depois da nossa vitória
teria sido perfeita se a polícia não tivesse aparecido, cercado a
todos nós e fichado um a um... Que trágico... Nossa sorte só mudou
depois que um general de 3 estrelas apareceu. Era o pai do aluno que
perdeu para nós. Deu uma carteirada e graças a isso ninguém ficou
fichado... Todos forçados a voltar para casa, no que Orlando
aquiesceu em me levar até o Meyer. Durante todo o percurso da Barra
da Tijuca até o Meyer pude mostrar a Orlando todo meu apreço por
aquele seu gesto cavalheiresco. Para comemorar nossa primeira vitória
mostrei a ele minhas técnicas longamente treinadas na infância.
Todo aquele treino com as bananas ministrado pelo Oswaldinho teve
sua serventia. Eu era uma mestra no assunto...
ta muito legal!!!!!!já li todos, espero ansiosa por mais.....
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