segunda-feira, 16 de abril de 2012

Juventude Transviada => Parte 1



Embora oficialmente o DCE do PII fosse para reuniões políticas, de vez em quando coisas menos sérias e mais divertidas ocorriam ali. No segundo ano eu desinibi completamente e fiquei mais em evidência... Como resultado choveu paqueras na minha horta. Eu escolhi quem quis. Normalmente uma garota atraente escolheria um rapaz também atraente para se compartilhar MAS eu era diferente. Meu principal critério era tremendamente subjetivo, era a variedade. Assim agindo pude experimentar todo tipo de conformações físicas: Brancos, morenos, negros, mulatos, altos, baixos, magros, gordos, atléticos e etc. 
Namoricos

 A única constante era o fato de sermos eu e ele capazes de sustentar uma conversa. Se ele não conseguisse a coisa não passava de um papo ou tentativa de papo. Meus namoricos iam assim ao sabor do vento ATÈ que uma velha professora, muito coerente, me alertou para tomar cuidado com a minha reputação. A partir deste pito eu pensei que seria melhor arranjar um namorado.
Voz da experiência

Uma das diversões extra classe que ocorriam finais de semana na época eram os rachas de carros nas estradas abandonadas da Barra da Tijuca. Prima Helô era frequentadora assídua e eu passei a me interessar pela circunstância. Ali eu pude me interar melhor das máquinas, pude me animar em conhecer mecânica. Ninguém consegue ouvir o ronco de um Mustang V8 sem se emocionar. 

Havia Mavericks, Opalas, Landaus, Dodge Charger (meu preferido) e até fusquinhas envenenados. Eu já sabia dirigir mas não podia tirar carteira. Como não tinha grana para comprar um carrão desses, resolvi paquerar um cara que tivesse... Eram muitos “candidatos” em potencial, mas um cara do colégio Santo Inácio me chamou a atenção. Havia uma rixa entre o PII e o Santo Inácio. Tal rixa extrapolava as atividades acadêmicas. Namorar um cara do colégio inimigo criaria problemas de popularidade para mim, contudo, como não ligava para isso, segui em frente. Orlando Marcos tinha um Charger envenenado de doer. Era também músico e poeta, além de mecânico (que combinação curiosa). Troca de olhares provocativos... Olho no olho... mão na mão... Olho na boca... Mão na boca... daí foi fácil chegar ao boca na boca. Ele iria correr naquele dia e eu exigi que me levasse como co-piloto. Ele de início não concordou mas com os olhos dei a entender que a recompensa seria boa... Mudou de ideia com a empolgação típica dos adolescentes.

 Lá fomos nós, piloto e co-piloto, eu, correndo pela primeira vez, limpando o para-brisa, secando o suor de sua testa e o escambau... Não dava para ele perder a corrida com um carrão daqueles e a noite depois da nossa vitória teria sido perfeita se a polícia não tivesse aparecido, cercado a todos nós e fichado um a um... Que trágico... Nossa sorte só mudou depois que um general de 3 estrelas apareceu. Era o pai do aluno que perdeu para nós. Deu uma carteirada e graças a isso ninguém ficou fichado... Todos forçados a voltar para casa, no que Orlando aquiesceu em me levar até o Meyer. Durante todo o percurso da Barra da Tijuca até o Meyer pude mostrar a Orlando todo meu apreço por aquele seu gesto cavalheiresco. Para comemorar nossa primeira vitória mostrei a ele minhas técnicas longamente treinadas na infância. Todo aquele treino com as bananas ministrado pelo Oswaldinho teve sua serventia. Eu era uma mestra no assunto...

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