segunda-feira, 16 de abril de 2012

Juventude Transviada => Parte 2


Adivinha quem veio me ver na segunda-feira no PII? Orlando Marcos em seu Charger v8. Que roncadeira danada. Seu rival de sábado, Antônio Veras, aluno do terceiro ano do PII, estava lá com seu Maverick estacionado em frente o colégio e pediu uma revanche.

 O bairro de São Cristóvão dos anos sessenta, onde se situa o PII, não tinha o transito caótico que tem hoje. As ruas até eram estreitas mas o fluxo era tão bom que puderam marcar um racha, a tal revanche, para as 22 horas, esse horário se dava no limbo da troca da vigilância da guarda da prefeitura. Informação privilegiada. Como havia um horário de rush e ir e voltar para nossas casas era arriscado, resolvemos ficar pelo bairro mesmo após a saída do PII as 18h. Esperamos até as 22h. O que fazer nesse interim? Antonio ficou bebendo num bar com seus amigos. Grande erro dele. Direção e bebida não combinam. Enquanto eu e Orlando fomos ao cinema assistir uma chanchada brasileira.

Não jantamos porque o charger sacodiria muito e eu – de novo- iria de co-piloto. As 22h estávamos lá Charger e Maverick como se nada fosse ocorrer, estacionados na saida do PII. Antonio estava visivelmente alterado, mesmo assim insistiu em dirigir. Vencia o pega quem primeiro circundasse a ponte dos marinheiros, na Leopoldina e voltasse pro ponto de partida. Ainda havia bondes e todo cuidado era pouco... As 22h => 5, 4, 3, 2 ,1 LARGADA... Lá fomos nós...

Da ultima vez foi fácil vencer o Maverick do Antônio mas desta vez tinha alguma diferença porque fomos lado a lado, pau a pau até quase no Rio Cumprido. No Rio Cumprido passamos a levar vantagem graças a grande estabilidade e peso da traseira do Charger. Avançamos bem a frente quando notamos uma coisa estranha no Maverick do Antônio... Saiu uma fumaça cinza escura e o carro acelerou tremendamente até párear com o nosso: Óxido Nitroso! Esbravejou Orlando... Ele conseguiu NoS.. FDP!!

 O Maverick nos ultrapassou, pau a pau chegamos em São Cristovão. Já na entrada da última rua até o PII o Óxido Nitroso do Maverick esgotou e ele voltou a velocidade normal, mas o Charger, por sua vez teve problema acho que num dos cilindros ou entupimento do giglê, o que interessa é que ambos desaceleramos a contragosto e ganharia quem fizesse a ultima curva mais fechada até o ponto de partida. Como se fosse camera lenta deu para acompanhar certinho a lateral do Charger levantar as rodas da direita pelo meio fio. Levantou até uns 60cm e voltou pro lugar, no entanto, o Maverick não teve a mesma sorte (ou habilidade) e rodopíou na pista nos permitindo ultrapassar MAS comprometendo a segurança porque ele bateu de lateral num poste. Não existia air bags.

Ganhamos o racha mas a comoção foi geral porque Antônio sangrava muito na cabeça. O carro ficou ali, o socorremos, o levamos ao hospital mais próximo. Seu pai (o general) chegou mas desta vez trouxe uns praças junto em companhia. Não houve fichamento policial nem queixa oficial mas o Maverick foi confiscado. O Charger teve de sair as pressas senão seria também. Com o susto traumatizei nessa coisa de racha. Nunca mais participei de nenhum e quem não gostou de minha reação foi o Orlando porque eu passei a querer distância dele também. Durante muito tempo ele ainda me sondava soturnamente...

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