segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Inicio de minha doce vida - Parte 1


Minha doce vida principiou-se nas serras do Espírito Santo, na região de Santa Maria. Região especializada no plantio de uva e na cossação do saco alheio. 

Meus pais se conheceram num dos muitos bailes da cidade patrocinado pelos Pomeranos, outra cultura europeia importada para o local. 
 
Mas a história mesma começou com meu avô e minha avó. Ele oriundo da Calábria, terra da calabresa e dos embutidos de duplo sentido aos quais eram todos viciados, ao ponto de os carregarem nos bolsos da frente das calças largas para eventualidades (não havia sido inventado ainda o viagra). Operário padrão da Máfia local, Vovô desde cedo conheceu as agruras da vida entregando na cidade-grande os frutos da plantação de tabaco da famíglia... Depois de quinze anos levando fumo, vovô decidiu-se fugir de lá as pressas por conta da primeira grande guerra. Quis ir para os Estados Unidos, mas o desgraçado dormiu nos dias em que o navio passava pela América do norte e acabou descendo na Bahia, onde sua preguiça foi considerada virtude padrão. Meses depois, por meio de peripécias magistrais, foi adentrando o sertão até chegar ao Espírito Santo e na serra de Santa Maria.
Minha querida avó veio da Galícia. Ah Galícia... Terra das mulheres mais generosas da Europa... Vovó foi a mais generosa das generosas, desde os sete anos vovó já perambulava de cama em cama distribuindo o que tinha de melhor, o que escandalizou a tradicional sociedade Galega, ao ponto de, aos quinze anos, eles a porem no primeiro navio em direção para qualquer lugar, atitude aplaudida de pé pelos carentes marinheiros locais. Nessa viagem vovó adquiriu um know-how que - creio eu – passou para toda a sua geração vindoura via DNA... Ela nunca mais sentou pelo resto de sua vida!

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