Vovó ou
deitava ou ficava de pé e foi andando na praça central de Santa
Maria que ela conheceu meu avô. Era uma noite de outono com lua
crescente e o tradicional baile Pomerano iniciaria logo a seguir.
Vovô era um pé de valsa. Dançar era a segunda coisa para qual ele
não tinha preguiça. Minha avó sempre tinha um jeitinho muito meigo
de se expressar...
Ao vê-lo pela primeira vez ela exclamou
docemente: Puta que pariu que catzo! Mal
sabia ela do vicio dos moçoilos da Calábria em
carregar embutidos no bolso da frente das calças. Essa foi uma
discussão que eles tiveram por anos, com ela ameaçando se vingar –
mesmo depois de casados – pela propaganda enganosa... Ali eles
dançaram a noite toda e deu no que deu, casório nove meses depois
com o seu bucho cheio com meu pai e a espingarda do delegado nas
costas do vovô. Ocorreu
então anos mais tarde a segunda guerra mundial. Os Pomeranos
iniciaram uma campanha para ir lutar na Alemanha contra Hitler. Com a
cidade esvaziada de homens, vovô fez a festa. Segundo consta nos
fofocários locais da época, não
havia uma viúva sequer na
cidade que meu avô já não
tivesse “consolado”... Vovó desconfiou e arrumou emprego na
cidade vizinha onde o “consolo” quem dava era ela... O lema dos
dois era: “Chumbo trocado não dói!” e assim viveram e foram
felizes por muitos anos, até
o dia de suas mortes: vovó de complicações do parto aos 85 e vovô
numa crise aguda de priapismo aos 92. Que Deus os tenha!
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