terça-feira, 3 de abril de 2012

O Inicio de minha doce vida - Parte 2

 


Vovó ou deitava ou ficava de pé e foi andando na praça central de Santa Maria que ela conheceu meu avô. Era uma noite de outono com lua crescente e o tradicional baile Pomerano iniciaria logo a seguir. Vovô era um pé de valsa. Dançar era a segunda coisa para qual ele não tinha preguiça. Minha avó sempre tinha um jeitinho muito meigo de se expressar...

 Ao vê-lo pela primeira vez ela exclamou docemente: Puta que pariu que catzo! Mal sabia ela do vicio dos moçoilos da Calábria em carregar embutidos no bolso da frente das calças. Essa foi uma discussão que eles tiveram por anos, com ela ameaçando se vingar – mesmo depois de casados – pela propaganda enganosa... Ali eles dançaram a noite toda e deu no que deu, casório nove meses depois com o seu bucho cheio com meu pai e a espingarda do delegado nas costas do vovô. Ocorreu então anos mais tarde a segunda guerra mundial. Os Pomeranos iniciaram uma campanha para ir lutar na Alemanha contra Hitler. Com a cidade esvaziada de homens, vovô fez a festa. Segundo consta nos fofocários locais da época, não havia uma viúva sequer na cidade que meu avô não tivesse “consolado”... Vovó desconfiou e arrumou emprego na cidade vizinha onde o “consolo” quem dava era ela... O lema dos dois era: “Chumbo trocado não dói!” e assim viveram e foram felizes por muitos anos, até o dia de suas mortes: vovó de complicações do parto aos 85 e vovô numa crise aguda de priapismo aos 92. Que Deus os tenha!

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