Não dá para descrever minha primeira infância sem me referir a meu
irmão imediatamente mais velho. Oswaldinho era um encanto: cabelo
enroladinho e louro como de um anjo; olhinhos azuis; vozinha
angelical...
Ele foi o meu primeiro companheiro de aventuras. Com ele
aprendi as primeiras brincadeiras. Quando ele nasceu, papai foi
buscá-lo na maternidade e observou como os outros bebes choravam no
berçário enquanto Osvaldinho estava calmo e sorridente. Papai ficou
orgulhoso e comentou com a enfermeira: meu filhote é macho mesmo,
olha só! No que a enfermeira retrucou: Senhor, ele é o que mais
chora! Só ficou assim calminho depois que lhe enfiamos a chupeta no
cú, se tirar ele abre o berreiro! Papai franziu a sobrancelha
atônito. Desde cedo Oswaldinho se divertia com as meninas filhas da
vizinha. Papai costumava galhardear que Oswaldinho seria um grande
paquerador, até o dia em que foi ver do que eles brincavam. Na
Imaginação do papai, brincavam de médico e Oswaldinho se
aproveitava do contexto para se esfregar nas meninas... De fato era
de médico sim, MAS Oswaldinho era o paciente, uma das meninas era a
médica proctologista, a outra menina enfermeira e eles brincavam de
toque retal usando as Barbie. Foi um escândalo!
Como esse menino
poderia saber que existe toque retal?? Uma peculiaridade sobre
Oswaldinho é que ele é um gênio quando se trata de seu próprio
divertimento buscando informações seja lá onde for. Ele é um tipo
de Steve Jobs da sacanagem, um visionário, e só pra exemplificar o
que digo, a menina da vizinha hoje em dia, de fato, se tornou uma
proctologista renomada.
Minha mãe reclamava que eu não comia frutas e deu a Oswaldinho a
missão de me forçar a comer frutas. Ele docemente me ensinou sua
técnica de comer bananas. Oswaldinho não comia, ele chupava bananas
e com tal maestria que ia esculpindo no corpo da banana um objeto
cilíndrico que só bem mais tarde eu pude descobrir o que era...
Desde cedo então nos divertíamos a tarde chupando e esculpindo
bananas, aprimorando nossas técnicas...
Mamãe agora estava
satisfeita porque minha nutrição havia melhorado muito. Hoje sei
que aquele aprendizado precoce foi responsável por um dos meus
maiores talentos, com o qual fiz mais feliz a minha vida e a de
tantos outros mundo afora.
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