domingo, 8 de abril de 2012

Picardias infantis - Parte 3


Aos dez anos, em um belo dia, na mesma escola e com a mesma professora nós tivemos uma aula diferente. A professora pegou os meninos da minha turma, a 401, e mandou para a 402 e trouxe para nossa turma as meninas de lá, ou seja, as professoras (que continuavam amigas) nos separaram em meninos e meninas, na minha sala as meninas e na outra os meninos... PORQUE? O tema da aula seria fascinante e iria mudar minha vida para sempre: Educação sexual! 

UAU! Finalmente eu iria entender aquilo que papai e mamãe faziam todo dia. Eu ficava preocupada com o que ouvia quase toda noite do quarto de minha mãe: Isso... Vai... Não! Para! Não para! UUI, Ai não, Isso, Ai sim, Vai, PAROU PORQUE??? dona Gabriela era desgoelada. Eu ficava apreensiva, mas como no dia seguinte estavam sorrindo no café, tudo bem. Eu não era completamente ignorante com o sexo porque todo ano eu passava minhas férias no sitio de vovô lá em Santa Maria e via o desenrolar das coisas entre os bichos. Via o cavalo com a égua (eles pareciam se divertir), o pato subindo nas patas, o bode nas cabras e etc, mas a verdade que eu ainda não entendia as coisas de fato como eram, exemplo disso é que certa vez observei moscas trepando em voo uma na outra na escola e esbravejei mostrando para meus colegas: Pessoal, olhem só, uma mosca de dois andares!! Todos riram, eu não entendi porque... 

Suruba canina
Meu irmão mais velho, um ás do empreendedorismo, se meteu em criar coelhos para fazer os embutidos. A cunicultura não era exatamente o que o Oswaldinho achou que fosse logo de cara. Cunicultura é técnica de criar coelhos. Certa vez meu irmão mais velho se distraiu e eu e Oswaldinho invadimos o galpão dos coelhos e ele disse: Quer ver como se mata um coelho de alegria? Eu aquiesci curiosa... Ele pegou o coelho macho e o pôs na gaiola de uma coelha fêmea. O macho subiu na fêmea e começou a tremer no dorso dela. Dez segundos depois caiu com as patinhas pro alto... ficou dez segundos assim e voltou de novo para coelha, mais dez segundos e caiu de novo, enfim, foram 20 minutos fim dos quais o coelho nunca mais se levantou, entretanto, pela cara do coelho, eu juro que ele estava sorrindo... O coelho morreu de tanto transar.. Nossa!! Morreu! Essa porra mata! Fiquei meio traumatizada mais tranquila porque a morta não seria EU... 



Voltando a aula, a professora mostrou o desenho de uma vagina e explicou que era dali que saiam os bebes, NOOSSAA!!! Além de xixi sai gente de lá? Como pode? A turma toda perguntou... 

MAS a questão que marretava minha inocente cabecinha juvenil não era como saiam, mais sim: Como entravam?? Levantei a mão e perguntei. A professora explicou que esse era o papel do homem, era ele que introduzia o pênis e jorrava o sêmen que fecundava o óvulo e dali se gerava um feto e nove meses depois; PIMBA! Lá estava o Bebe! Ahã! Capisco! (como diria meu avô). Agora eu dominava o assunto MAS outra pergunta me veio a cabeça: Professora, porque a mulher deixa o homem fazer isso? Ela sorriu malandra, revirou os olhinhos castanhos e respondeu: Porque é gostoso! AH! Era tudo que eu precisava ouvir, ahá! Agora entendia os gemidos noturnos e os sorrisos matinais... EU quero isso!! (pensei em silêncio) MAS pera ai, pensei, pênis eu já vi os do cavalo do sítio de vovô. Xxiii eu não quero um troço daqueles na minha vagininha não... Sai pra lá: Professora, eu já vi pênis de cavalo la no sítio do vovo, pênis de homem é igual? Ela responde, claro que não! No que a Juju retrucou: Isso é porque vocês não conhecem o manelzinho lá da venda... Todos riram, até a professora mas eu confesso que quis distância desse tal ai... Mas essa distância só foi possível até ele me conhecer... Bom, a aula estava boa, fomos esclarecidos, bateu o recreio e as mudanças foram desfeitas. Quando as turmas voltaram ao normal, meninos e meninas juntos, pude observar que nada era igual como era antes... Os meninos agora nos olhavam diferente e nós olhávamos diferente para eles também. Nós agora sentávamos mais separados e ficávamos nos observando de longe, menos o Flavinho que continuou a sentar ao meu lado e olhar pros meninos. Porque será? Só muito tempo depois fui entender...

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